Quando era criança, uma coisa era certa: menino que caía no choro logo ouvia um “seja homem”, normalmente acompanhado de um “homem não chora”. Não importa qual o motivo do choro: perder um boneco do Comandos em Ação, ralar o joelho após uma queda de bicicleta ou mesmo quebrar o braço depois de perder o equilíbrio na goiabeira, a frase e o efeito era sempre o mesmo: fazíamos de tudo para segurar o choro, tentando lembrar do Sylvester Stallone cicatrizando seu braço com uma brasa em Rambo.
A frase foi mudando seu sentido com os anos e ouvi mais vezes, dos mais diferentes tipos de pessoas. Cheia de zombaria, como no dia em que subi em um trampolim e não consegui sequer andar sobre ele sem usar as mãos, já que ali descobri meu medo de altura. Como forma de incentivo, de um amigo me ensinando como “agarrar” mulheres no meio de uma balada. Com estranhamento, já que parece que não é coisa de homem sofrer por amor.
Felizmente, a sociedade mudou e cada ano que passa, frases como essa perdem cada vez mais seu sentido. Mas o verbo ainda impõe muitas ideias nas pessoas.
Esse vídeo mostra isso muito bem: quarenta e cinco homens, entre 5 e 50 anos, criam associações de palavras sobre o que significa ser homem.
Habilite as legendas e assista: