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Ponte Aérea e o medo de amar de uma geração

Seu voo faz uma parada em uma cidade não programada e horas depois você está tomando cerveja – e se interessando – por alguém até então desconhecido. Esses são os minutos iniciais de Ponte Aérea, segundo filme de Julia Rezende [Meu Passado me Condena] que trata o amor de forma contemporânea como poucos no cinema nacional.

Bruno [Caio Blat] e Amanda [Letícia Colin] refletem suas cidades em suas vidas. Enquanto o carioca tem uma vida leve e solta, ao estilo deixa-a-vida-me-levar, a paulistana é focada e não tem muito tempo para aproveitar os frutos de seu trabalho. E tal como um Eduardo e Mônica atualizado, os criativos – ele é das artes e ela é das letras – tão diferentes vão encontrar motivos – ou não – para ficarem juntos.

Uma das qualidades do longa é tratar seus personagens e cenários de forma realista. Assim como você já cruzou com muitas Amandas e Brunos em sua vida, São Paulo não é uma cidade cinza e o Rio não é uma cidade que vive em festa.

A diretora ressalta que trabalhou muito para evitar caricaturas nos cenários: “As cidades são muito mais que isso. Não queria mostrar o Rio turístico. Em São Paulo, trabalhei as cores com uma luz mais sofisticada, explorando a beleza da cidade à noite”.

O longa explora muito bem as fases de uma relação, a expectativa pelo reencontro e as loucuras incentivadas pela paixão. Quem já passou pela experiência de namorar à distância, e deixou sua cidade em uma tarde qualquer para passar a noite com a pessoa que gosta, vai se identificar ainda mais com os personagens.

O casal de protagonistas tem ótima química na tela e, mesmo percebendo as diferenças entre os dois e conflitos na relação, você vai torcer para dar certo. É engraçado ver como o paulistano Caio Blat incorporou a alma carioca. A paulistana Letícia também faz um bom trabalho, interpretando uma mulher forte e independente, que comanda a criação de uma grande agência de São Paulo.

A fotografia do filme é belíssima, o que faz com que sejamos brindados com cenas maravilhosas de ambas as cidades (a vista do apartamento de Amanda vai fazer muita gente procurar apê no centro de São Paulo). Destaque também para as cenas de sexo do casal, que são lindas.

Além das histórias paralelas, como Bruno descobrindo um meio-irmão paulista, as piadas sobre a rivalidade Rio/São Paulo criam um charme todo especial, capaz de fazer paulistanos e cariocas se divertirem.

Ponte Aérea é um filme que vai cativar paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos, baianos e todos os espectadores que curtem histórias de amor realistas, dessas que valem a pena assistir. Júlia Rezende tem muito a mostrar como diretora, e isso fica evidente mesmo sem a característica dose de humor de seu trabalho de estreia.

Uma história de amor dos tempos de hoje, para ser assistida hoje.

O filme estreia nessa quinta, dia 26 de março. Assista ao trailer e não perca a chance de encontrar a história desse casal nos cinemas.

Fotos: Divulgação

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