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Uma saudade: Ayrton Senna

Antes de mais nada, esse não é um simples post sobre o piloto Ayrton Senna. É um post sobre como Senna mexeu com a vida de tantas pessoas, principalmente as nascidas na dedada de 80, que encontraram no piloto, naquelas manhãs de domingo, o herói que gostariam de ser.

Sendo muito sincero, Ayrton nunca foi o melhor exemplo: competitivo, não gostava de perder, custe o que custar. Não gostava também de seu companheiro de equipe, o francês Alain Prost, e tinha um contrato para não dar entrevistas ao seu lado. Aliás, por conta de seu temperamento impulsivo, teve inúmeros desafetos na Fórmula 1.

Senna e Prost

Em contrapartida, era o cara carismático das entrevistas que conquistava a todos com seu patriotismo e fé em Deus. Ex namorado de Xuxa, outra heroína das crianças da época, foi ele que perdeu uma pole para salvar Érik Comas em 1992, nos treinos livres do GP da Bélgica, feito propagandeado por uma seguradora em 2015. Era o Rei de Mônaco, o rei da chuva e tricampeão mundial. Um verdadeiro herói.

Verdadeira unanimidade, lembro das manhãs de domingo, acompanhado do meu pai e irmão assistindo as corridas, aquele número incansável de voltas e o Galvão Bueno tornando o ato de dirigir um carro a coisa mais emocionante do mundo. Em dias bons, terminávamos com o tema da vitória, que conhecíamos como a música do Senna e não tinha como não almoçar feliz depois disso.

O fanatismo pelo piloto piorava por um fato: sou de um bairro que tem como maior orgulho dizer que Ayrton Senna passou a infância ali. Na época, não existia morador do Jardim São Paulo que não gostava de dizer, com sorriso no rosto, que o Ayrton Senna abastecia o carro ali, tinha estudado naquele colégio ou que seus pais compravam pão naquela padaria.

Jardim São Paulo Ayrton Senna

Esse orgulho se estendia para a Zona Norte: lembro que em um primeiro dia de aula no Colégio Santana, uma professora disse que tinha dado aula para o menino Ayrton Silva, mais conhecido como Ayrton Senna. E também que o piloto corria – acompanhado de Nuno Cobra – no clube ali ao lado da marginal.

Andando de bicicleta no Ibirapuera

E se na época era muito comum passar a tarde brincando na rua, quando a ideia era apostar corrida de bicicleta, todos queriam que suas bikes se transformassem na McLaren de Senna. Ou na do austríaco Berger, que mesmo não muito competitivo, todos sabiam que era um grande amigo do piloto.

As segundas pós corrida nas escolas se tornavam extensão daqueles bons momentos do domingo. Falávamos sobre a vitória de Senna ou maldizíamos o Prost ou o Mansell, principalmente na época da Williams. E por falar em Williams, quem na época não vibrou de ver Senna chegando em uma equipe para disputar o título de novo? Mesmo com a troca brusca de cores, todos queríamos ver o nosso herói no topo do pódio.

Última vitória de Senna, em Adelaide - 1993

Infelizmente, nunca conseguimos ver Ayrton de azul no topo. Em sua terceira corrida pela equipe inglesa, Senna sofreu o acidente que lhe tiraria a vida e deixaria o país em luto. Mais que isso, fez com que milhões de crianças brasileiras perdessem um ídolo e também se confrontassem pela primeira vez com a morte.

Senna se foi e a Fórmula 1 perdeu a graça para muita gente.

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