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Como as Paralimpíadas mudaram a minha vida

Nos últimos dias assisti a mais esportes do que assisti em toda a minha vida. Alguns já eram conhecidos, como a corrida e a natação, que sempre estiveram com suas regras claras desde que estudei em um colégio onde podia praticá-los. Outros, aprendi a mecânica ali na hora mesmo, como quando descobri que fazer seu cavalo andar para trás ou trotar de forma bonita valiam notas em tempo real. E tiveram aqueles que conheci totalmente, como o dos 3 caras defendendo um travessão esticado, tentando acertar o do adversário, como em um gol a gol.

Daniel Dias, maior medalhista paralímpico do Brasil
Daniel Dias, maior medalhista paralímpico do Brasil


Mas mais que isso, assisti a superação. Não essa superação boboca que vira tema de palestra de guru de RH, mas a essência do se superar.

O nadador que após cruzar 50 metros de piscina em 30 segundos, não consegue sequer sair da água sem auxílio. A atleta que salta quase dois metros em um impulso de sua única perna e depois não consegue se levantar do colchão sem ajuda. O cara que levanta 3 vezes seu próprio peso com os braços mas não consegue suportar o próprio peso do corpo com suas pernas.

Estive nas Paralimpíadas do Rio e muito mais do que assistir a atletas fazendo bonito, encontrei pessoas superando limites. Superando limites de tempo, distâncias, pontuação… Superando muitos “não acha melhor sonhar com outra coisa?” após compartilhar um sonho infantil de ser o homem mais rápido ou a mulher mais forte. Superando cada vez que teve que aguardar uma boa alma oferecer o braço por falta de chão tátil. Superando cada bufada do motorista de ônibus ao saber que o passageiro da poltrona 2 é cadeirante e vai precisar de auxílio para subir no ônibus. Superando cada olhada de reslaio na praia quando se decide tomar sol sem vergonha de suas cicatrizes. Superando um mundo que não sabia entender o deficiente.

O egípcio Osman Sherif que bateu o recorde mundial em levantamento de peso na categoria 59 kilos
O egípcio Osman Sherif que bateu o recorde mundial em levantamento de peso na categoria 59 kilos


Vi homens e mulheres taxados como deficientes fazendo coisas inimagináveis por mim, mesmo com a plenitude de meus movimentos. Mesmo sem achar que somos todos paralímpicos, aprendi que devemos sempre incentivar o atleta paralímpico, esse sujeito que se supera sempre uma vez mais que outros atletas.

Hoje, se pudesse me programar para assistir uma próxima competição esportiva internacional dessa magnitude, optarei sempre por sua versão com o Agito de símbolo.

Deixei o Rio mudado. Obrigado, Paralimpíada!

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